quinta-feira, 28 de setembro de 2006

TUDO AOS PARES! TUDO A DOBRAR!

Neste post partilho convosco um artigo da Catarina Bagagem de que muito gostei... espero que gostem!


TUDO AOS PARES! TUDO A DOBRAR!

Ao fim de quase dois meses, em dois dias, deu-se início a dois dos momentos mais esperados por nós! A paciência, a calma, a preserverança e muita fé, é que já foram a multiplicar pelos cinco que nós somos.
Desde que chegámos ao Sumbe, ou seja há quase dois meses, que durante a semana andámos a resolver questões burocráticas sendo as principais, o levantamento dos nossos dois contentores, e a terraplanagem do terreno para a nossa casa. Finalmente, os contentores chegaram ao Sumbe e foram descarregados no dia 21 de Setembro de 2006. E, neste mesmo dia, começaram a terraplanagem do terreno onde se irá situar a nossa casa.
Para nós foi um dia de grande alegria por todos os motivos! Primeiro, porque o conteúdo dos contentores é fruto da partilha das pessoas da Diocese de Leiria – Fátima. Daqui, do lugar da nossa missão, MUITO OBRIGADA. Tudo chegou bem, graças a Deus! Segundo, porque tínhamos algum receio em relação ao processo de levantamento dos contentores no porto de Luanda, do transporte e também de conseguir um armazém seguro para guardar tudo! Todo este processo criou-nos alguma ansiedade, pois é uma responsabilidade muito grande, em nome da nossa Diocese! Contudo, já demos os passos necessários e tudo está a fluir.
Eram 7.30h da manhã (a mesma hora que em Portugal) quando nos concentramos, nós os cinco mais 18 pessoas do bairro Pedra Um, em frente à Cáritas do Sumbe. O Sr. Bispo, D. Benedito Roberto deu início à abertura do primeiro contentor, abrindo o cadeado; já o selo, que exigiu umas boas marteladas, foram os padres Vítor e David que o partiram. E, assim foram saindo as diversas caixas de todos os tamanhos e feitios, estruturas em ferro, móveis, sacos de roupa, sacos de alimentação, entre tantas outras coisas. Dos rostos dos que ajudavam a descarregar com toda a alegria, entre brincadeiras de satisfação, “saíam” sorrisos de esperança! Esperança que cada caixinha seja sinónimo de algo bom, de algo que venha enriquecer este espírito de mudar, de crescer, que tanto se vive! Para nós os cinco, cada caixinha levava-nos até Portugal…até ao esforço de cada pessoa, que por pouco que tenha partilhado, cá está a fazer parte de um puzzle muito importante, que sem uma peça, já não faria sentido. Grandes empresas, pequenas empresas, vários grupos de pessoas, pessoas individuais, diversas instituições, estavam ali, em cada caixinha! “Olha as caixas com os estribos que o meu sobrinho fez nas férias dele!” - de nós saiam comentários deste género, do qual não me consegui conter! Por outro lado, recordamos cada pessoa que trazemos no coração, foi como que um abrir de uma janela que nos aproximou por uns momentos de cada um. A emoção foi novamente a dobrar porque ao primeiro contentor se seguiu o segundo.
Às 15.30h terminámos o descarregamento de ambos os contentores. Uns pequenos ajustes, conversa com os motoristas, agradecimentos a todos quantos colaboraram nesta árdua tarefa (sim, porque aqui tudo foi descarregado à mão, sem porta paletes, e se as caixas já eram pesadas em Portugal, cá pareciam ter o dobro do peso!).
Seguimos directamente para o bairro da Pedra Um para ver como tinha ficado o trabalho de terraplanagem do terreno onde, se Deus quiser, será construída a nossa casa. Tem uma área de 180m2 e situa-se no cimo de um morro que está um pouco isolado do bairro, ou seja, não temos vizinhos! Dali tem-se uma vista deslumbrante para a cidade do Sumbe e principalmente para a praia. É uma zona ventosa, o que significa que os mosquitos não param muito por lá, o que é óptimo! Com a terraplanagem em fase terminal, seguiremos para a abertura dos caboucos e assim daremos inicio à construção da nossa casa, com uma pequena cerimónia na colocação da primeira pedra! Até lá, estamos juntos nesta missão!

Catarina Bagagem

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