segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Conjunto de imagens!

Olá a tod@s!

Tenho aqui estas fotos seleccionadas já lá vai um tempo e ainda não as tinha enviado... pois chegou a altura! São fotos de vários momentos diferentes mas podem perceber, julgo eu, pelos nomes que lhes atribui. Só para dar a conhecer a missão em imagens!

22 Set. 2006 (o Ratinho)



29-09-06 Viagem Chipinga


cacho de bananas em crescimento




cachos de bananas


Donga 17 Set. 2006


Donga 17 Set. 2006 (131 baptismos)


expressão das criancas quando nos vêem


somos poucos :P



Beijinhos a todos, estamos juntos!

tchauéééé!

Vera*

Fim-de-semana louco!

Oi amig@s!

E a missão não pára de surpreender! Este fim-de-semana fomos à Chipinga. Na noite de sexta para sábado choveu no Sumbe e começamos logo a imaginar como íamos encontrar a picada do Gungo... já ia haver lama no caminho! Trocamos o pneu de trás do jipe que está completamente sem rasto :P (mas tem de andar até rebentar!) e seguimos viagem! Na picada até ao nosso destino dançamos umas belas danças africanas dentro do jipe... duas zonas mais complicadas tinham lama e o jipe andou lá a rabiar :P felizmente os locais mais perigosos junto de ravinas não tinham muita lama e passamos sem problemas, mas com cautela! Encontramos pelo caminho um IFA avariado (não sei se já vos falei destes camiões de transporte que são os únicos que sobem a picada do Gungo), mas não levantou problemas à nossa passagem.


Passámos o sábado e o domingo nas nossas actividades pastorais (eu agora estou responsável pela cantina da missão, espaço onde vendemos a preço baixo, para ajudar mas também responsabilizar as pessoas, alguns dos produtos que trouxemos de Portugal). No sábado à noite tivemos um belo espectáculo de trovoada (Deus a fotografar a Terra... e tirava fotos e mais fotos! :P ), e durante a noite choveu. Amanheceu um domingo chuvoso e começamos novamente a imaginar o estado da picada no regresso ao Sumbe... Felizmente pela hora de almoço abriu um sol forte e encontramos a picada quase melhor que na subida :) a maka (=o problema) do regresso foi o IFA que tinhamos encontrado na subida que estava agora “cambalhotado” no Gundo (a pior zona da picada do Gungo, como já vos expliquei). O camião tombou porque, quando tentava subir se partiu o veio de transmissão dianteiro (pareço muito instruída, mas é tudo graças ao nosso Pe. David que fornece estas informações! :) ), e perdendo força, o IFA começou a escorregar nas pedras e “cambalhotou” (como nos disse um senhor que encontramos na picada). Bem, acho que melhor do que vos explicar por palavras o que encontramos, vocês podem conferir pelas fotos (uma imagem vale mais que mil palavras, não é verdade?). Não há é fotos que expliquem bem o esforço para passarmos ao lado do camião. Teve de se afastar a carga caída, e colmatar alguns dos buracos da picada para “criar” caminho que permitisse a passagem do jipe. Hão-de poder ver depois no filme que fizermos! :) graças a Deus conseguimos passar (e à experiência e perícia dos padres Vítor e David) e pudemos seguir viagem.

Tenho ainda para partilhar convosco mais dois pequenos episódios que se passaram no regresso com um pequeno passageiro que transportávamos para o Chitonde (zona dos bambus gigantes). O Pe. Vítor perguntou-lhe se ele sabia o nome dos elementos da equipa missionária e ele disse todos bem menos o meu.
– “Então e como se chama a outra mana?” (ou seja, eu.)
– “Ai, esse nome já me complica” (:P definitivamente as quatro letrinhas do meu nome são mesmo estranhas por estas paragens :P )
E já quase a chegar ao Chitonde, o nosso passageiro pediu para sair.
– “Então, mas não querias ficar só nos bambus?”
– “Sim senhor padre, mas fico aqui. O meu coração está a arrear!” (e lá saiu ele, todo transpirado e com um ar muito enjoado... não está habituado aos chocalhos da picada vividos dentro de um transporte :P é que o transporte habitual é o chinelo :P )

E ainda: os cafeeiros estão em flor e cheiram maravilhosamente! E vimos pela primeira vez um canta-pedra morto com uma pedrada certeira na cabeça pela menina da foto! Com estas histórias termino este mail, desejando a todos uma óptima semana*

Beijinhos, estamos juntos!

Tchauééééé!

Vera*

domingo, 29 de outubro de 2006

Um fim-de-semana em missão

Desta vez um artigo da Sónia Cruz... amei!


UM FIM-DE-SEMANA EM MISSÃO

Ping, ping, ping, ping…
Quatro da manhã, está a chover…
Ping, ping, ping, ping…
Seis da manhã, toca o despertador e continua a chover…
Está na hora de levantar, é dia de partir para o Gungo…
Espreito pela janela e sinto o cheiro a terra molhada.
Tudo está preparado: o material de som, a caixa da missa, da comida, dos medicamentos, do material escolar, os primeiros socorros, os colchões, algumas ferramentas e as nossas malas…
O mata-bicho já está na mesa, cada um no seu lugar recebe um miminho da Vera… “que bom, dois quadrados de chocolate e uma mensagem reconfortante”.
Antes de partir, ainda há tempo para a nossa oração, um dos momentos em que nos sentimos unidos a todos vocês.
Jipe carregado, muita lama, mas ainda é preciso mudar um pneu…
Não há ida para o Gungo que não tenha alguém a precisar de boleia, desta vez foi o catequista Simão e o seu filhote Agostinho…
Como estará a picada com esta chuva?
Novamente um caminho, uma estrada conhecida, mas sempre uma viagem diferente. O que foi que mudou desta vez?
Em Portugal quando chega a chuva, chega também a queda das folhas, o frio, as roupas quentes, a lareira acesa, um chocolate quente…, aqui é impressionante, é sentir de perto a riqueza desta terra. Com pouca chuva, de um dia para o outro tudo muda… a terra está a mudar de roupa…
Ao entrarmos na picada, chega-nos um cheirinho a caramelo misturado com terra… é impossível fazer-vos chegar todos estes cheiros, como gostava que os sentissem… e o cheiro da flor do café? Hum, que perfume!
Os meus amigos embondeiros vão mostrando o outro lado da sua beleza, nunca duvidei do seu interior, parece Primavera.
Do capim seco nascem novas folhas, o musical das aves aumentou o seu volume, lindo, não param de andar de um lado para o outro, estão cada vez mais bonitos e com cores novas…
Imaginem o céu encoberto do Outono, a chuva do Inverno, a beleza da Primavera e o calor do Verão tudo num só dia, tudo num só momento…
Eram já muitas as pessoas que andavam nas suas lavras, a tratar das sementeiras… assim que caem as primeiras chuvas, há que colocar a semente na terra e deixar crescer, não é preciso muito mais, apenas ter o cuidado de durante o dia as perdizes não as comerem e à noite os ratos… nada de pesticidas, adubos… sol e alguma chuva é o suficiente…
Muito se dançou dentro do jipe… vira para um lado, vira para o outro… “vai virar”, dizia eu, é claro que não vira, só dança… e bem que dança…
Chegamos à “Ponte dos Engenheiros”, foi baptizada assim por nós, porque sempre que alguém passa muda os paus da ponte, como melhor acha que dá para passar… é uma aventura… Cada vez sentimos mais o respeito que devemos ter por esta picada…
Já estão cansados? A viagem ainda não acabou.
Falta pouco para chegar à Chipinga…
Que bicho é aquele que aquela menina leva na mão?
É uma rapaca. Não, é um pau.
É um canta-pedra, parecido com um rato, do tamanho de um coelho…
Foste tu que o mataste?
Sim, com uma pedra…
Quando estas duas meninas chegarem a casa a mãe certamente ficará contente, “hoje vamos comer carne”… é uma alegria quando se consegue ter um animal destes para comer… é a sobrevivência por estas terras…
Foi um fim-de-semana cheio de coisas novas.
O Sábado ainda não tinha acabado, quando à noite assistimos a um belo espectáculo no céu…
“Somos mesmo muito bonitos… Alguém nos anda a tirar fotos lá de cima”.
Não vos quero cansar mais os olhos, só preciso acrescentar mais alguns momentos marcantes: os olhos brilhantes e curiosos das crianças durante a Eucaristia logo pela manhã, que apesar da chuva e da distância das aldeias foram muitos os que se deslocaram até à missão…
Após o almoço, o regresso até ao Sumbe, o regresso à realidade da cidade… o tempo ajudou e o Sol mostrou-nos o seu sorriso quentinho…
Mal sabíamos o que nos esperava ainda…
“Senhor padre, não sei se consegue passar na picada, um IFA “cambalhotou” e está atravessado…”
Mais à frente encontrámos o administrador a subir… “Não sei se passa senhor padre, eu tive que voltar…”
Andámos mais um pouco e parámos o carro para ir a pé, ver a situação…
De rodas no ar, lá estava o IFA virado e atravessado na picada com toda a sua carga espalhada (enxadas e catanas) … Felizmente ninguém se tinha magoado.
Viram-se as melhores possibilidade… achámos que passaria, dando um jeito à carga…
Padre Vítor dentro do jipe, padre David a dar as indicações, a Vera a filmar e eu a fotografar com a Catarina… devagar, devagarinho, vai à frente, vem atrás, direita, esquerda, põe pedra, tira pedra… conseguimos ultrapassar mais um obstáculo, parecia uma cena de um filme... Uma hora que ali demorámos…
Deu tempo para tudo, até para eu fotografar umas borboletas grandes e lindas…
Amanhã começa mais um dia de trabalho na construção da casa e para as cozinheiras que “alimentam” 7 trabalhadores, um mestre, dois padres e ainda as próprias cozinheiras (nós)…
É hora de descansar, é tempo de acabar este artigo, é o momento de fechar os olhos e viajar de trocarmos sorrisos, os nossos e os vossos…
Estamos Juntos

Sumbe, 29 de Outubro de 2006
Sónia Cruz

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Olá olá!!

Olá Amig@s!

No fim de semana passado, ocorreu no Sumbe o 1º Congresso Eucarístico Diocesano, no qual a equipa missionária do Gungo participou. Foi muito fixe e aí nos podem ver a tomar notas durante as “palestras” e no almoço de encerramento! Eheh… claro que muito mais se passou, mas não é possível passar-vos tudo o que se passa… ficam estes dois momentos de 4 dias de congresso. Também aproveito para vos dizer que no sábado estive numa ordenação sacerdotal (a minha primeira :P ). O Sumbe já tem mais um padre, o padre Isaac.


Esta semana andei nas obras e a aplicar os conhecimentos de Geologia! Já foram abertos os caboucos para a vedação do nosso terreno aqui no Sumbe e andei com o Pe. David e o Sr. Rui a escolher dentre a pedra que foi removida a que serve para fazer enchimento! Claro que vim de lá com uns fósseis e exemplares de rocha para a minha colecção! Eheh… defeito profissional como costumamos dizer aqui! Mando fotos desta aventura e das estruturas já feitas. Fiquei carregadinha de pó! As rochas no terreno são todas de argila, podem imaginar!


Respondendo a algumas questões que foram fazendo… As minhas mazelas já tão saradas e quase desaparecidas! Ahh!! E esqueci-me de dizer no mail anterior: na Donga foram baptizadas 183 crianças (ficaste morna Nelita)! E entretanto já foram baptizadas mais 73! :P mas acho que agora todos os que esperavam baptismo já o receberam… agora é só esperar que mais crianças nasçam… o que não vai demorar muito, acho, porque aqui as crianças parece que nascem do chão! No Gungo estamos sempre a ouvir um Tchaué vindo não conseguimos ver de onde e quando menos esperamos estão crianças a aparecer na berma da picada! Eheh…

E como está quase a acabar a carga do portátil que estou a usar para escrever esta mensagem paro por aqui… para a semana há mais!

Tchauéééééééé!!

Estamos juntos,

Vera*

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A novidade da missão não se esgota!

Esta semana há tanto para dizer que vai ficar difícil resumir. Na sexta-feira passada chegou para ficar o Sr. Rui Quinta, o mestre-de-obras da “ondjoyetu” (a nossa casa). Trouxe consigo o cimento, três ajudantes e as ferramentas que nos vão permitir começar a construção (e logo nesse dia foram feitos os primeiros blocos de cimento – na foto os que já se fizeram até hoje de manhã).
No mesmo dia recebemos as primeiras visitas que nos haviam de acompanhar ao centro missionário da Donga (foto na “estação de serviço” onde se corta para a Tuma). Passaram connosco o fim-de-semana o primo Rui do padre Vítor e a Jú, sua mulher. Confesso que receava a sua reacção à dureza da picada… lembrei-me muito da primeira vez que eu percorri aquela via e o que senti na altura… mas eles revelaram-se uns verdadeiros montanheiros e vivemos a picada “embalados” por histórias e aventuras partilhadas… Voltámos a encontrar os nossos “amigos” macacos (e agora uma família completa em passeio e bem mais perto que da primeira vez) e, pelo caminho, os amigos que se vão cultivando, de novo todos os “tchaués”, os sorrisos e os acenos.
Na Donga, lugar de extrema beleza, rodeada de montanhas, o encontro com todos os que percorrem quilómetros para nos encontrar e celebrar a Fé (e mais 73 baptismos). Quando chegámos já estava construído o forno que nos vai permitir ter pão fresco (mais um sinal da missão a acontecer – também na foto). É cada vez mais forte o sentimento de pertença àquele lugar e àquele povo, irmãos em Cristo. Começa a ser difícil de explicar por palavras a alegria de estar e conviver…
Funcionou pela primeira vez este fim-de-semana a cantina da missão, onde as pessoas puderam adquirir, a preços mais baixos, material escolar e medicamentos. Os materiais oferecidos em Portugal já estão a chegar aos seus destinatários e a contribuir para a formação de um fundo monetário que será aplicado no desenvolvimento da missão.
E a última grande surpresa deste fim-de-semana: temos luz eléctrica na casa do Sumbe! Quando regressámos da Donga encontrámos o Sr. Rui à nossa espera com esta inesperada novidade. Claro que a luz só nos facilita o funcionamento da casa (como: ver para cozinhar o jantar e lavar a loiça no final, deixar de tomar banho à luz da vela, carregar o telemóvel e o computador, ter frigorífico, etc, etc…), mas foi uma grande alegria depois de dois meses e meio à luz da vela… missão também é aceitar algumas mudanças, que não sendo fundamentais, nos facilitam a vida!
E esta semana estamos a começar a toda a força nos blocos e na abertura dos caboucos da casa da missão no Sumbe. Nós, as missionárias leigas, temos de preparar bons almoços para alimentar os trabalhadores (vamos começar a fazer funge!) e os padres Vítor e David acompanham a obra de perto. Já viajei no camião da Caritas conduzido pelo Sr. Rui (podem ver na foto)… eita coisa grande!! Foi difícil subir, mas muito fixe lá andar!
E já encontrei povo da minha terra pelo Sumbe! Ontem quando fomos a uma esplanada para ver a desgraça do Benfica encontrei o Zé Luís e a mulher!! Foi uma grande surpresa! E muito agradável… soube em primeira mão notícias da terrinha e pude partilhar histórias que também vos hão-de chegar pessoalmente daqui a uns tempos.

Para a semana há mais!

Estamos juntos,

Tchaué!

Vera*

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Eu com noticias novamente*

Tuma, 7 de Outubro de 2006

Olá Amig@s!

Escrevo-vos hoje ao som das primeiras chuvas que caem na Tuma :) estamos a começar a estação quente que vai ter duas fases de chuvas: as chuvas pequenas, que começam agora e duram até meados de Dezembro, e as chuvas grandes em Fevereiro, Março e Abril (chamam-se pequenas egrandes pela duração temporal da "estação"). O que este clima tem de diferente é o calor! Estamos na casa que a comunidade da Tuma construiu para receber os missionários… é uma casa de adobes (ou seja, tijolos de barro e terra), com estrutura de madeira e telhado de zinco… conseguem imaginar o som da chuva a bater na telha por cima da minha cabeça? Escrevo com o computador numa mesa de madeira na sala (de estar ou de refeições, consoante a hora do dia), sentada numacadeira de plástico, vestida com um pijama de verão e um pano pelas costas porque ando meio constipada… mas estou mais com calor do que com frio :P do meu lado direito está o quarto das "manas missionárias"e do lado esquerdo o dos senhores padres.

Neste momento a chuva parou! Só se ouve plim, plim das poucas gotitas que se atrevem a cair… que bonito que é aqui… antes de virmos preparar-nos para dormir, estivemos a rezar o terço à volta da fogueira com a lua cheia a iluminar-nos… digo-vos que o cenário é mágico… indescritível… gostava tanto que pudessem viver também este momento. Aliás, fiquem sabendo que têm estado nas minhas orações todos os dias… espero que se sintam cá!
Como já vos contei, os nossos fins-de-semana são passados no Gungo. O Gungo divide-se em três zonas pastorais: a Tuma (que fica mais perto da estrada de alcatrão, só levamos hora e meia até cá), a Chipinga (são 3 horas para lá chegar), e a Donga, o nosso centro missionário e onde iremos viver (são na melhor das hipóteses 5 horas de viagem, mas já fizemos 7h). Há a juntar a estes tempos mais uma hora de viagem em estrada de alcatrão (esburacada, claro!). Os nossos programas no fim-de-semana incluem, normalmente (e só para que percebam o que fazemos por cá, já que tantas vezes me perguntaram antes de vir o que iria fazer…), missa no sábado à noite ou oração de vésperas, terço à volta da fogueira depois do jantar, oração de Laudes no domingo demanhã, à qual se segue o mata-bicho (pequeno-almoço), e depois missa. Acrescenta-se a este programa "pastoral", reunião com o Ondjango da Zona Pastoral visitada (inclui os catequistas e representantes da zona pastoral), e uma vez por mês reunião com o Ondjango do CentroMissionário (ou seja, a equipa missionária e os representantes das três zonas pastorais). Os representantes da igreja católica nas aldeias de Angola são os catequistas. São eles que, por aldeia, são responsáveis por reunir os cristãos e rezar, dar formação, dar catequese… várias aldeias agrupam-se num centro pastoral e os centros pastorais agrupam-se em zonas pastorais… espero que dê para perceber a organização descrita. Isso é exactamente o que temos feito nas visitasao Gungo, saber quem são os responsáveis em cada centro pastoral e aldeia e perguntar o que podemos fazer em conjunto com a população do Gungo. Algumas das áreas em que iremos trabalhar, por vontade da população, serão a alfabetização de adultos, o trabalho com os jovens,crianças e casais, ensinar as mamãs a cozinhar e dar-lhes outras formações de promoção feminina e organização e higiene da casa e da família… enfim... há muitas coisas para fazer!! Hoje à tarde tivemos os primeiros encontros com distribuição de tarefas (até agora temos estado os 5 juntos na mesma reunião ou encontro). O Pe. Vítor reuniu-se com os casais, a Catarina e a Sónia com as crianças, e eu e o Pe. David com os jovens. Foi assim um primeiro encontro mais personalizado ou em que posso dizer que tive que intervir mais… e deu para aguçar ainda mais a vontade de passar mais tempo nas montanhas e trabalhar durante mais tempo com estas pessoas… Aprender a sonhar com eles que é possível, que se acreditarmos, e trabalharmos para juntar esforços, poderemos começar a dar passos no sentido do desenvolvimento... é fantástico! Outra coisa que impressiona é a fé destas pessoas!! Andam quilómetros para irem à uma missa que a equipamissionária celebra no fim-de-semana... enfim... é outro mundo!! Acho que mesmo cá é difícil assimilar tudo! Eu ainda continuo a espantar-me com muitas das coisas que vejo! Por isso, e apesar de cá já serem 23h10 (costumamos deitar-nos por volta das 21h30), é que continuo em frente ao computador a escrever-vos esta mensagem que hei-de enviar quando voltarmos à cidade e a ligação à net o permitir…porque hoje tinha de partilhar todas estas emoções convosco… hoje alguém me perguntou se eu estava a gostar de ser missionária… tenho a certeza da minha resposta: SIM! E dou graças a Deus por me ter chamado para partir em missão e por ter tido a coragem de aceitar… apesar de estar a ouvir uns ruídos esquisitos no saco de serapilheira que guarda a comida aqui atrás de mim (estou farta de apontar para lá a vela, mas não vejo nada… mas anda lá bicho!), e de ter medo de ir à "casa-de-banho" à noite, porque se ouvem ruídos por todos os lados (convém explicar que a latrina é no meio das árvores e é constituída por uma estrutura de paus e folhas de palmeira e um buraco no chão)… enfim… nada que boa-vontade e a força do Espírito Santo, sempre actuante, não nos permita suportar. E por hoje chega… vou dormir…espero ainda ter tempo de vos escrever acerca do resto da semana que já passou, que como a anterior, foi cheia de peripécias.

Sumbe, 9 de Outubro de 2006
Como arranjei mais um pouquinho de tempo antes de poder ir enviar a mensagem já escrita, aqui vai o resumo da semana! Tinha parado na ausência dos "nossos padres" para levar material à Donga… pois quando eles chegaram no dia seguinte à noite (estávamos à espera deles para oalmoço! :P ), partilharam connosco, ao jantar, as peripécias dos 2 dias. Como lhe chamou o Pe. David, as aventuras das "24h la Donga"! Eles partiram daqui com algum material no jipe do Seminário e foram andando até encontrarem o IFA, que levava a maior parte do material. Encontraram-no na pior parte da picada, o Gundo! Para quem já viu os filmes do grupo missionário de outros anos é aquela zona onde se vê o jipe a tentar vencer um grande desnível e a resvalar numas pedras soltas… pois! Então, esse local não continua na mesma, está pior!! E o IFA, carregado como ia não conseguia subir! Segundo relatos oculares, a parte da frente do IFA saltitava para um lado e para o outro! Quase como se quisesse fazer um "cavalinho"! Estiveram 1h30 a tentar fazê-lo subir, mas não foi possível. Então a solução foi descarregar parte do material e deixá-lo naquele local (com o Sr. Alberto que tinha ido para dar uma "mãozinha"), seguir com o restante e descarregá-lo na Donga, voltando depois para levar o resto! Conclusão, o condutor do IFA e os senhores padres andaram toda a noite na picada, tiveram mata-bicho de galinha às 4h da madrugada e dormiram 2h no Uquende (devido à preciosa ajuda e disponibilidade do catequista local), para terminarem a marcha do transporte do material… enfim, foi uma maratona, mas valeu a pena… tiveram também ajuda de alguns homens do Uquende que se disponibilizaram para ajudar a fazer o carregamento do material deixado a meio do caminho. É nestes pequenos, mas muitoimportantes, gestos que se concretiza a missão.

Depois desses dias, estivemos pelo Sumbe a resolver pequenas questões, a vida do dia-a-dia… E no fim-de-semana que passou fomos à Tuma, que foi de onde escrevi a primeira parte desta mensagem…
E que vos posso mais contar? Estamos à espera do Sr. Rui, o empreiteiro da obra do Sumbe para começarmos, esperamos que quinta-feira, a obra! Quando houver mais tempo e novidades, aquiestarei… vão contando também as vossas novidades que também gosto de saber que a vida aí continua! Quanto às fotos enviadas, lá vai a prometida do descarregamento do cimento, tijolo e telha e do carregamento do IFA. E uma foto da nascente na Conda, perto de onde depois tomamos o banho de água fervente! E agora sim, termino.


Beijinhos a todos e estamos juntos!

Tchauééééééé*

Vera*

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Curiosidades!!

Curiosidades!!

Algumas fotos falam por si! Aqui ficam umas que valem a pena ver :) espero que gostem!

Beijinhos, estamos juntos*

Vera*

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Oi Amig@s!! Outra semana! E que semana!

Oi Amig@s!!

Sumbe, 3 de Outubro de 2006

Mais uma semana se passou e cheia, muito cheia de acontecimentos! Escrevi-vos o mail anterior "relatando" até ao dia 25 de Setembro evou retomar daí…No dia 26 tivémos visitas para o almoço… os senhores padres e irmão missionários na Gabela vieram até ao Sumbe e fizeram-nos uma visitinha… pró almoço: feijoada de chocos! É prato típico da minhaterrinha e até correu mais ou menos… (não fiz sozinha, claro!! Sobrecozinhados, ler o mail mais abaixo :P ) pra próxima fica melhor! E pró ano podem contar comigo na festa da Foz a cozinhar :PNo dia seguinte, fomos nós até à Gabela (porque comprámos numaserração de lá os barrotes e vigas para a reconstrução da casa daDonga, que já andámos a acartar entretanto, mas já vos falo disso :P), almoçámos lá na casa dos missionários e à tarde fomos encher baldese garrafões com 500 litros de água!!! É verdade… numa fonte de água puríssima! (atestou a nossa analista de águas!) E depois, já quase como sol a pôr-se (às 18h) ainda demos um mergulho valente numa nascentede água escaldante, a Tocota!! Bem, acho que ali se podem depenar galinhas :P Mas não pensem que isto é só boa vida!! Foi apenas um restaurar de forças para o trabalho que se avizinhava!No dia seguinte, de manhã bem cedinho, chegou o Sr. Rui (empreiteiro da obra da "ondjoyetu" no Sumbe) com tijolo, cimento e ferro para acasa da Donga… toca de descarregar… e calha a todos, não julguem! Asfotos depois comprovam! (mas terá de ser só no próximo mail, que as fotos estão na máquina do Pe. Vítor, que agora não está. Querem saber porquê? É só ler até ao fim… :P ) Na sexta-feira passamos a manhã a organizar-nos para depois do almoço seguirmos para a Chipinga, para mais um fim-de-semana de Gungo! Este fim-de-semana houve outra vez baptizados… quem quer tentar adivinhar quantos foram desta vez? Eheh…vai ser difícil, mas fico à espera de apostas! Revelo no próximo mail (se é que nenhum dos meus colegas de jornada já revelou noutros meios:) ). Depois de regressados ao Sumbe no domingo à noite, as horas voaram e a segunda-feira chegou depressa… foi o dia de carregamento de um IFA que vai transportar parte do material para a reconstrução da casa da Donga (que também está em foto neste mail, com o Pe. Vítor à vista)… leva só parte porque é muita carga… passámos a tarde a carregar tijolos, sacas de cimento, barrotes, vigas e telhas para o IFA… claro que surgiram mazelas!! No entanto, alguns são mais desajeitados que outros, e eu,em questão de propensão para acidentes, estou a revelar-me mestra :P consegui esfolar bem as pernas e pés, arranhar e golpear bastante os dedos e braços, e levar com uma viga de madeira na perna :P (a fotomostra bem o resultado… mais jeitoso que a pancada que o Cristiano Ronaldo levou no Mundial :P mas não se preocupem, temos anti-inflamatório!) mas… estou aqui para as curvas!! :) E já hoje de manhã carregamos mais umas telhas das que faltavam levar(e ainda não vão todas) para o jipe emprestado pelo seminário do Sumbe… os "nossos" senhores padres partiram cedo para as levarem eacompanharem o progresso do IFA no transporte do material… por isso aqui estamos as três "Cruzes" (será que já sabem todos que as trêsmeninas têm o sobrenome Cruz? Pois ficam a saber! :) e é vê-las todas arranjadinhas na festa de profissão religiosa da Irmã Flora) no Sumbe a cuidar da casa (mais uma vez a foto de comprovação! E do nossoquarto todo arrumadinho! :) ) e a dar a volta aos caixotes que vieram nos contentores… Um dos talentos que as meninas aqui estão a aperfeiçoar é o de cozinhar… tem de se comer todos os dias, estão a imaginar, né? :P mas estamos a safar-nos muito bem, os "nossos"senhores padres que digam… :) ). Fora os talentos de matar, depenar e arranjar galinhas e amanhar peixe!! Mas isso fica ao encargo da vossa imaginação!E pronto, foi assim mais uma semana missionária… como costuma dizer oPe. Vítor: isto também é missão!









Dar a conhecer o que se vai vivendo e contando com o acompanhamento e oração de quem ficou no "Puto". A todos, mais uma vez ndapandula (eu agradeço) e twapandula (nós e o grupo missionário agradecemos)!

Beijinhos e saudades para todos,

Até breve se Deus quiser,

Tchauééééé,

Vera*

P.S. – Aos amigos das outras meninas que eu não conheço, mas sei quetêm recebido os mails também, um beijinho nosso e estamos juntos*

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Como vai a nossa missão

Se é verdade que em Portugal a vida não pára, e é bem acelerada, também é verdade que estes primeiros dois meses de missão, apesar do diferente ritmo africano, têm já muitas histórias e emoções vividas… aqui fica a tentativa de os resumir para o nosso jornal!
Tenho de começar pela chegada a Luanda e pelo choque que se sente face às condições de vida que se nos deparam… o crescimento desequilibrado, os bairros com ruas de lixo e águas paradas e sujas… a dificuldade de aceitar que o que vemos existe mesmo! Depois a viagem até ao Sumbe percorrendo pela primeira vez estradas esburacadas que se hão-de tornar rotineiras. Por contraste com a capital, surge o encantamento com a cidade do Sumbe e, posteriormente, o deslumbramento com o Gungo! A paisagem, e sobretudo a população com os seus sorrisos, palmas, cânticos e alegria contagiantes, a magia de um terço rezado com fé à volta da fogueira – e não podemos esquecer os 314 baptismos já celebrados! Cada zona no Gungo tem o seu encanto especial e as suas especificidades na paisagem, mas os “tchaués” e os sorrisos das crianças são semelhantes!
Não posso esquecer as novas condições de vida… esforçamo-nos para nos adaptarmos à alimentação (provar os novos sabores, descobrir o que se gosta, ou não!) e à falta de luz eléctrica e água potável; estabelecem-se os primeiros contactos com aranhões, mosquitos, grilos, morcegos, ratos, baratas, sardões, e osgas, com as galinhas, porcos e cabritos que existem por todo o lado, vemos ao longe macacos, esquilos, galinhas do mato, canta-pedra, aves de rapina, tucanos, formiga quissonde… e aprende-se que “isto também é missão”: estar com as pessoas (“a primeira tarefa do missionário é sentar”), celebrar Cristo Vivo, esperar (os contentores, os vistos de residência, o início das obras…), “chocalhar” na picada, cozinhar todos os dias, carregar (caixotes, telhas, vigas, cimento, tijolo, baldes com água), aprender a sonhar, estar disponível para os imprevistos, conviver em grupo… encontrar um ritmo de partilha, de vivência, que concilie o descanso necessário para evitar as doenças (que temos conseguido evitar, graças a Deus) e o trabalho a realizar.
A missão é um grande desafio que agradeço todos os dias a Deus por mo ter dirigido! Bendigo a coragem de o ter aceite, o apoio dos que ficaram, a ajuda dos que participam no projecto e o acolhimento dos que nos recebem! Que mais posso dizer a não ser: Ame ndukupandula Ñgala! (Eu te agradeço Senhor!)

Estamos juntos! Tchauéééé*

Vera *