quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A novidade da missão não se esgota!

Esta semana há tanto para dizer que vai ficar difícil resumir. Na sexta-feira passada chegou para ficar o Sr. Rui Quinta, o mestre-de-obras da “ondjoyetu” (a nossa casa). Trouxe consigo o cimento, três ajudantes e as ferramentas que nos vão permitir começar a construção (e logo nesse dia foram feitos os primeiros blocos de cimento – na foto os que já se fizeram até hoje de manhã).
No mesmo dia recebemos as primeiras visitas que nos haviam de acompanhar ao centro missionário da Donga (foto na “estação de serviço” onde se corta para a Tuma). Passaram connosco o fim-de-semana o primo Rui do padre Vítor e a Jú, sua mulher. Confesso que receava a sua reacção à dureza da picada… lembrei-me muito da primeira vez que eu percorri aquela via e o que senti na altura… mas eles revelaram-se uns verdadeiros montanheiros e vivemos a picada “embalados” por histórias e aventuras partilhadas… Voltámos a encontrar os nossos “amigos” macacos (e agora uma família completa em passeio e bem mais perto que da primeira vez) e, pelo caminho, os amigos que se vão cultivando, de novo todos os “tchaués”, os sorrisos e os acenos.
Na Donga, lugar de extrema beleza, rodeada de montanhas, o encontro com todos os que percorrem quilómetros para nos encontrar e celebrar a Fé (e mais 73 baptismos). Quando chegámos já estava construído o forno que nos vai permitir ter pão fresco (mais um sinal da missão a acontecer – também na foto). É cada vez mais forte o sentimento de pertença àquele lugar e àquele povo, irmãos em Cristo. Começa a ser difícil de explicar por palavras a alegria de estar e conviver…
Funcionou pela primeira vez este fim-de-semana a cantina da missão, onde as pessoas puderam adquirir, a preços mais baixos, material escolar e medicamentos. Os materiais oferecidos em Portugal já estão a chegar aos seus destinatários e a contribuir para a formação de um fundo monetário que será aplicado no desenvolvimento da missão.
E a última grande surpresa deste fim-de-semana: temos luz eléctrica na casa do Sumbe! Quando regressámos da Donga encontrámos o Sr. Rui à nossa espera com esta inesperada novidade. Claro que a luz só nos facilita o funcionamento da casa (como: ver para cozinhar o jantar e lavar a loiça no final, deixar de tomar banho à luz da vela, carregar o telemóvel e o computador, ter frigorífico, etc, etc…), mas foi uma grande alegria depois de dois meses e meio à luz da vela… missão também é aceitar algumas mudanças, que não sendo fundamentais, nos facilitam a vida!
E esta semana estamos a começar a toda a força nos blocos e na abertura dos caboucos da casa da missão no Sumbe. Nós, as missionárias leigas, temos de preparar bons almoços para alimentar os trabalhadores (vamos começar a fazer funge!) e os padres Vítor e David acompanham a obra de perto. Já viajei no camião da Caritas conduzido pelo Sr. Rui (podem ver na foto)… eita coisa grande!! Foi difícil subir, mas muito fixe lá andar!
E já encontrei povo da minha terra pelo Sumbe! Ontem quando fomos a uma esplanada para ver a desgraça do Benfica encontrei o Zé Luís e a mulher!! Foi uma grande surpresa! E muito agradável… soube em primeira mão notícias da terrinha e pude partilhar histórias que também vos hão-de chegar pessoalmente daqui a uns tempos.

Para a semana há mais!

Estamos juntos,

Tchaué!

Vera*

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